Reflexão sobre o "0 e 1" na arquitetura

A cultura da humanidade sempre foi permeada por diversos valores, sejam eles de conduta, vestimenta ou padrão de vida. Tais valores sempre foram maniqueístas, categorizando as coisas entre bom e ruim, positivo ou negativo, certo ou errado, 1 ou 0. Porém, assim como proposto por Laurie Anderson, os números entre o 1 e o 0, que são infinitos, também são de suma importância. No mundo contemporâneo, tudo é composto por códigos binários, que compreendem sequências de 0 e 1, ou seja, são compostos pela diversidade.
Dessa forma, a arquitetura também sempre foi vista de forma polarizada sob diferentes aspectos, como por exemplo a arquitetura monumental, que constrói prédios enormes, cheios de ornamentos e materiais de última geração, em contraposição a uma arquitetura mais "básica", feito por pessoas sem formação apenas com o intuito de ter algo para se proteger, como as casas feitas em barrancos e seus "puxadinhos". Nesse contexto, o primeiro é visto como o lado positivo, como sinal de progresso e beleza, enquanto o segundo é visto de forma negativa, como sinal de atraso e miséria. Todavia, tais construções não deveriam ser vistas dessa forma; antes de julgá-las deveriam ser averiguados os seus impactos na natureza, na sociedade, na cidade como um todo e na vida das pessoas que as habitam. Só assim é possível atribuir valores positivos e negativos a elas.

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